Naves espaciais, mundos de fantasia, futuros tecnológicos, invasões alienígenas… O mundo da ficção científica é um dos géneros que mais possibilidades nos oferece no momento de narrar a nossa obra. Apesar de nos permitir criar mundos baseados na nossa imaginação, a verdade é que criar uma boa história de ficção científica é algo complicado. Como escrever ficção científica e conseguir uma boa obra? Ao longo deste post, oferecemos-te algumas das ferramentas para que possas escrever o teu próprio relato de ficção científica.

Antes de aprenderes a escrever ficção científica, temos de nos perguntar: o que é a ficção científica? A ficção científica é um género especulativo que relata possíveis acontecimentos desenvolvidos num quadro imaginário, cuja plausibilidade se baseia narrativamente nos campos das ciências físicas, naturais e sociais.

Geralmente são futuros imaginários, embora também possam ser ambientados em tempos passados, presentes e até mesmo em mundos alternativos, alheios à realidade. A ação da história oferece uma infinidade de possibilidades, ambientadas em diferentes cenários, sejam eles imaginários ou reais. Os seus personagens são igualmente diversos, desde seres humanos, a alienígenas e até robôs.

E para contar estas histórias, a ficção científica oferece-nos um vasto leque de opções. Biopunk, colonização espacial, robótica, viagem no tempo… Estes são alguns dos subgéneros que podes usar para enquadrar a tua ideia e transformá-la na tua própria história de ficção científica. Uma vez que já sabemos o que é ficção científica, é o momento de perceber como se deve escrever ficção científica.

ÍNDICE DO ARTIGO

  1. Passo prévio a escrever ficção científica
  2. Como escrever ficção científica
  3. Criar o nosso próprio mundo
  4. Situar corretamente a história
  5. Oferecer autenticidade e coerência
  6. Ficção científica, trabalhar na trama
  7. Desenvolver as personagens
  8. Linguagem a utilizar
  9. Um final à altura
  10. Como publicar o teu livro de ficção científica

Passo prévio a escrever ficção científica

Podes ter tido a melhor ideia para escreveres a tua obra de ficção científica. Podia ter chegado a qualquer momento. Estavas no supermercado à espera numa fila interminável e a luzinha acendeu. Agora começa a tarefa mais complicada. Colocá-la no papel. Para que a tua ideia se converta num bom livro de ficção científica é necessário que tenhas lido muita ficção científica. Todo o bom escritor é um grande leitor. Para saberes o que resulta numa obra de ficção científica, é necessário que saibas como é feito, como se apresenta, o que triunfa…

Por isso, para saber como escrever ficção científica, temos de saber o que se faz. No entanto, este não é o único elemento sobre o qual terás de estar a par. Neste tipo de relatos, a tecnologia, os mundos futuristas, os robots… são temas muito recorrentes, pelo que terás de estar a par das novidades científicas que vão surgindo. Assim poderás localizar a tua história da forma mais correta possível.

Isto não implica que não possas usar a tua imaginação para construir o teu relato. Longe disso. A imaginação será a tua grande aliada quando se trata de contar a história da conquista do espaço, ou para evitar uma invasão alienígena e salvar a humanidade. Consiste no facto de que, conhecendo a tecnologia, é possível construires histórias mais precisas que, sem dúvida, serão prazerosas para o público.

Como escrever ficção científica

Agora que já sabes o que é a ficção científica e todo o trabalho de documentação a realizar, é hora de começar a escrever. Mas, quais são os elementos que uma história de ficção científica deve ter? Abaixo iremos detalhar alguns dos aspetos sobre os que terás de trabalhar para escrever um bom livro de ficção científica. Estes são: criar o teu próprio mundo, implementar uma localização correta, oferecer autenticidade e coerência, o desenvolvimento da trama, criação de personagens, a linguagem e o final da história.

Criar o nosso próprio mundo

Como explicávamos, a ficção científica implica desenvolver um mundo imaginário. Uma história que se desenvolve num mundo que temos de criar. É o elemento chave que diferencia o mundo real do mundo da nossa obra. É nosso, ninguém pode fazê-lo por nós. E para criá-lo teremos que dar uso à nossa imaginação.

Para dar forma ao nosso mundo teremos de ter em conta uma série de requesitos que nos complicarão a tarefa de criá-los. Um dos primeiros aspetos a ter em conta é quanto tempo vamos dispensar para enquadrar a nossa escrita. Não é o mesmo ambientar o nosso trabalho no futuro imediato, do que avançarmos no futuro até ao ano 4500. Isto implica que teremos que desenvolver a forma de como a sociedade avançou, os elementos tecnológicos que tem (estar a par das novidades), contato com os extraterrestres. No entanto deverás fazê-lo com cuidado, não sabemos como é que estará o mundo daqui a vinte anos e por isso é necessário ser cauteloso para que a mesma não fique desatualizada.

Seguindo esta métrica é importante que nos primeiros capítulos deta-lhes todas as regras do teu mundo. Como funciona a sociedade, o que pode fazer a diferença do mundo real, quais são as caraterísticas dos personagens… Neste gênero não vais ter problemas no que diz respeito à descrição do teu mundo, existem milhares de possibilidades. No que sim deverás ser firme, é nessas regras que vais detalhar. Se no mundo que vais criar os personagens conseguem voar, continua com a mesma. Mas, se nunca tiver voado em todo o livro, nunca o coloques como uma reviravolta final.

Situar corretamente a história

Não terás apenas que construir um mundo totalmente inventado. Se esta já é uma tarefa que requer horas de trabalho, a forma como a vamos detalhar não será mais simples. O nosso mundo tem de ficar claro para os leitores. Que caraterísticas tem, quais os personagens que o habitam, como se comportam… Considerações diferentes que teremos de explicar da forma mais completa possível.

No entanto, não nos devemos esquecer que estamos a narrar um livro, uma novela, um relato… uma história. Não estamos a criar uma enciclopédia sobre uma sociedade inventada, estamos a levar a cabo a nossa própria história de ficção. O leitor quer uma história que o capte e se nos dedicarmos a oferecer-lhe dados intermináveis, o que o apanhará serão as páginas do nosso livro. Não porque seja boa e sim porque faremos com que se perca no meio delas.

A nossa desvantagem enquanto escritores, como explicávamos, será encontrar esse meio termo entre descrever como é o nosso mundo, sem aborrecer o leitor. Descrever de forma literária, a partir da história e dos personagens. É óbvio que, em certas ocasiões, a nossa história exigirá que nos aprofundemos num aspeto que teremos de descrever. Se passámos um capítulo a descrever, podemos compensá-lo a expandir a história, a interação entre os personagens… Trata-se de encontrar um equilíbrio.

Também é recomendável que utilizes uma linguagem mais simples caso tenhas oferecido muitos dados e informações sobre o teu mundo imaginário. O leitor já terá feito um exercício de memória e de compreensão para entender como é a estrutura que estás a apresentar. Se localizares a tua história num mundo de ciborgues e utilizares um vocabulário específico, o leitor pode-se cansar durante a leitura. Não falamos de empregar um vocabulário vulgar e sim um quotidiano.

Oferecer autenticidade e coerência

A coerência é uma das regras de ouro no momento de escrever um livro infantil. Podemos inventar mundos que podem divergir em mil e uma formas do nosso mundo atual, e isto, será respeitado pelos nossos leitores. Contudo, não podemos ser incoerentes, senão perderemos todo o nosso público de leitores. Temos de criar um mundo que, mesmo que seja imaginário, seja coerente, que possa existir. Se a nossa história se basear numa espécie alienígena aquática que invadiu a Terra, é óbvio que não a podemos situar em Madrid. Alliens aquáticos sim, alliens aquáticos que vivem fora de água já não tanto.

Além da coerência, devemos oferecer autenticidade aos leitores. O que este termo quer dizer é que, embora seja um mundo inventado, tem de nos parecer real. Como conseguimos? Através dos detalhes. Detalhes que existem no nosso mundo, aplicados à nossa história inventada. Um micro-ondas instantâneo da marca de um aparelho do nosso tempo, tênis Nike que se auto-ajustam, um carro voador Delorian. No mundo da ficção científica, temos muitos exemplos.

Precisamos de coerência e autenticidade para conseguir que os nossos leitores disfrutem da nossa obra e mergulhem na mesma. Senão, os leitores desconectar-se-ão e o nosso livro de ficção científica acabará guardado numa prateleira.

Ficção científica, trabalhar na trama

Já construímos o nosso próprio mundo. Temos as regras definidas para que o leitor compreenda o quadro em que se situa. Além disso, a nossa história é coerente e autêntica, temos tudo para que o nosso relato funcione. Ou talvez não, se tivermos feito este trabalho prévio, teremos adientado muito sobre como escrever ficção científica.

No entanto, não nos podemos esquecer que estamos a falar de uma história, uma história que temos de trabalhar para captar o leitor.

Como em qualquer género, ter uma boa trama é um aspeto essencial para que o nosso livro triunfe e seja consumido pelos leitores. Temos que desenvolver uma história na qual os nossos protagonistas tenham que superar alguma dificuldade, ou qualquer outra trama que ocorra. Podes desenvolver as tramas que quiseres. Trama principal, secundária, uma que explique como esse personagem enigmático surgiu… No entanto, deves saber que têm de ter sempre uma correlação, não podemos acrescentar por acrescentar. Também é recomendável não construir muitas tramas, visto que o autor pode perder-se nelas.

Assim, no momento de escrever uma trama para o género de ficção científica, devemos ter em conta que toda a ação deve ter uma reação. Esta é outra das fórmulas que nos ajudará a dar autenticidade à nossa história. A nave espacial tem um preço, o nosso protagonista ou vilão terá um ponto frágil, atacar uma zona desatará uma guerra… Construimos histórias verdadeiras no nosso mundo inventado, o que fará com que o público se conecte com aquilo que estamos a contar.

Desenvolver as personagens

Tal como acontece na trama, a forma como criamos os nossos personagens será outro dos aspetos fundamentais que teremos de trabalhar no nosso relato de ficção científica. Tal como acontece com o mundo em que acreditamos, as personagens também exigirão maior extensão na hora de explicar como são, como interagem, como pensam… Ainda mais se decidirmos que não são humanos.

É importante que os nossos protagonistas, mesmo que não sejam pessoas, contem com qualidades humanas. É outra forma de dar autenticidade e coerência à nossa obra, além de que podemos fazer que com que os autores se preocupem com as personagens. Continuando com esta linha, também será recomendável que os personagens, pelo menos os principais, tenham nomes que fiquem na memória. Se tivermos um robot chamado cXktp, será difícil de o autor memorizar, já para não falar da pronunciação. Teremos um impacto melhor se chamarmos o robot de  Cyborg-74 ou Cy-B.

De destacar que, no nosso relato de ficção científica, atribuímos qualidades a estas personagens que irão reger como e porque é que agem dessa forma. No nosso mundo, comportam-se da forma que decidimos, porque é essa a norma, e têm sempre de responder em conformidade. Se narrarmos uma história espacial, os personagens serão sempre tripulantes espaciais. Irão usar a nave para ir a outros planetas, teletransportar-se, lutar contra extraterrestres… Os leitores não devem ficar surpresos ao ver que os mesmos aparecem no livro, há que ser coerente desde o início.

Linguagem a utilizar

Nesta secção, devemos recuperar as considerações que expusemos no ínicio do post. Por muito que tenhamos de explicar o nosso mundo, não nos podemos esquecer que estamos a falar de um relato literário. Deve ser uma história que contemos e para isso devemos redigi-la da melhor forma possível. Temos que criar emoções no leitor com a nossa escrita, fazendo com que o mesmo não queira abandonar a nossa obra. Para isso não nos podemos perder em grandes descrições. Nem numa história interrompida a cada dois capítulos, já que o leitor nos abandonará.

Outro dos pontos complexos de escrever ficção científica é o facto de que, já está quase tudo inventado. Quantas histórias de viajens ao futuro é que existem? E ao passado? Uma invasão extraterrestre? Ou uma aventura espacial… Como vês, existem milhares de relatos cuja temática se repetiu numa vasta quantidade de livros. Na ficção científica, não é tão importante o que contas mas sim a forma como contas. É um género tão explorado que se torna necessário que saibamos a forma de contar a nossa história de forma atractiva, documentada, que consiga chegar ao público deste género.

Para conseguir uma boa história e, mais importante, para saber como escrever ficção científica, devemos abandonar o uso dos clichés deste género. O público que costuma consumir este tipo de livros é exigente, quer dados certos e lógicos, pelo que agradecerão que o teu livro também o seja.

Um final à altura

Chegados a este ponto, se tiveres trabalhado em todos os passos expostos, o teu livro está a ponto de ser publicado e ser um éxito. Fizes-te uma dura investigação prévia, dominas o género, crias-te um mundo original e impressionante onde os detalhes são os justos, os personagens estão perfeitamente definidos e tens uma trama genial. Por que não finalizá-la da melhor forma possível?

O final do livro que escreveres de ficção científica será outro dos aspetos fundamentais nos quais terás de trabalhar. Será o que fará diferença para que os leitores pensem que a tua história é boa, mas com um final previsível, ou que é um livro fantástico, que recomendariam a 100%! O final da história que criamos tem de ser original e não um cliché previsível. Produzir uma boa conclusão diferenciará uma boa história de mais uma história.

Como publicar o teu livro de ficção científica

Uma vez que tenhas a ideia fundamentada para escreveres o teu livro de ficção científica, surgir-te-á a dúvida de como publicá-la. Talvez já tenhas a tua história escrita, mas não sabes quais os passos a dar para publicá-la. Hoje em dia a publicação é uma tarefa simples. Através da internet, com uma simples pesquisa, encontramos uma infinidade de editoras com as quais podemos trabalhar.

Mas, qual escolho? Existem vários passos a seguir e preciso de uma editora que me ajude no processo de publicação. A  BABIDI-BÚ é uma editora infantil e juvenil que terá todo o gosto em assessorar-te durante todos os processos necessários para a publicação da tua obra. Desde a sua edição até à sua distribuição. Contarás com uma equipa de especialistas que estarão junto a ti durante todo o processo, oferecendo-te uma atenção especializada, assessorando-te e tendo em conta quais são as tuas preferências para o livro.

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